Potestade é uma crônica de RPG inspirada no seriado de TV Supernatural, utilizando o sistema de regras Storytelling, do Novo Mundo das Trevas. Com alguma licença poética, este jogo traz todo o clima divertido e emocionante do show, onde alguns caçadores viajam pelos Estados Unidos investigando casos sobrenaturais e salvando pessoas de monstros, fantasmas e demônios, separados ou se encontrando.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

S01E04 – A Primeira Noite de Uma Nerd

St. Cloud, MN. As caçadoras Angela Spica e Olivia Lowry invadiam o armazém de uma hidrelétrica no meio da noite, porque Olivia achava que a pupila precisava de experiência de campo. Elas ainda não tinham uma ID falsa, de modo que a mentora a repreendia por fazer barulho, já que policiais guardavam o lugar graças a um assassinato hediondo cometido na noite anterior. Na sala de repouso de funcionários, sangue nas paredes e uma cômoda espatifada. Investigando a luta brutal que houvera ali, as duas chegaram à incômoda conclusão que ainda esta noite teriam dois monstros para se preocupar.

Entraram no necrotério do St. Cloud Hospital como delegada Springsteen e oficial Pezzini, e já receberam do velho Dr. Stockton a notícia de marcas estranhas no corpo, como cavidades estranhas na região do esterno. Porém, assim que abriram a gaveta do morto, a maca estava vazia! Olivia tranquilizou o legista da melhor forma que pôde com uma conversa sobre roubo de cadáveres, e pediu para ver a filmagem de segurança. Mas a câmera mostrou claramente o cadáver saltando da maca e saltando para fora da sala em um borrão. Angela desconversou com uma teoria sobre catalepsia, mas Stockton estava mesmo precisando de um cigarro. Olivia pediu então para rever a fita e pausar, encontrando os característicos olhos brilhantes e felinos do sujeito bizarramente magro. Ela então mal ouviu Angela informar a localização do armário de uniformes e saiu correndo.

Angela
A jovem passou então a orientar sua mentora pelo celular, caçando o morto-vivo com as câmeras de segurança do hospital. Notou que Olivia conduzia a coisa até o telhado, saiu do hospital e ficou perto da saída de emergência, bem a tempo de ver o vulto saltar pelos ares e alcançar o telhado vizinho, seguido com certa dificuldade pela mentora. Acompanhou pela rua a perseguição, chegando a um beco onde o cadáver ambulante daria de cara com a parede de um prédio mais alto caso saltasse. Mas o homem pulou e simplesmente escalou a parede como uma aranha, sumindo no telhado logo depois. Olivia, mal conseguindo parar na borda, estava tão confusa quanto Angela.

Ao enfiar a cara nos livros mais tarde, no hotel, as duas tinham certeza que aquilo não era um lobisomem, nem sequer um metamorfo - seria uma longa pesquisa. Já que não podiam ficar paradas com dois monstros à solta, saíram para dar uma ronda, Angela com o laptop no colo. A noite estava escura e fria, com uma névoa baixa assustadora. Bem quando duvidavam que encontrariam alguma coisa, uma criatura esquálida e esfarrapada surgiu na luz dos faróis, com olhos vidrados. Com medo da derrapada, Angela entrou em pânico e puxou o freio de mão. A freada brusca fez Olivia voar pelo parabrisa e o carro capotar várias vezes, indo parar em uma vala ao lado do acostamento.

O acidente hospitalizou Olivia e deixou Angela com alguns ferimentos, menos dolorosos que a culpa e a raiva. Ela estava sozinha, e precisava continuar. Foi ao bairro onde Ed Kamte, a vítima, morava. Avistou respingos de sangue subindo por um pergolado, encontrou um cachorro morto no chão e invadiu a casa pelos fundos, relutante. Ao subir os degraus, deu de cara com a esposa do sujeito, que deu-lhe com um bastão de beisebol no ombro. Foi difícil, mas conseguiu acalmar a mulher e manter o disfarce, dizendo que a Sra. Kamte e seu filho estavam em perigo. As duas encontraram o pequeno Rick observando calmamente a janela, dizendo que o pai estava ali. 

Olivia
De volta ao hotel, Angela continuou a pesquisar, cruzando lendas de monstros. Olivia ligou, dizendo que a criatura original foi avistada perto de um shopping há pouco. Munida de mochila, lanterna e pistola, a caçadora saiu de novo para a noite. Na área do shopping, se aproveitou da comoção para conseguir um vídeo de celular com a aparição da estranha criatura, que fugira para o estacionamento atrás do prédio. Ao chegar no beco, se deparou com uma cena grotesca: atrás de uma lata de lixo, o monstro devorava um mendigo. O fedor era terrível, e Angela se arrependeu de jogar a luz da lanterna. Uma mulher esquelética recurvada e em farrapos, com pele esturricada e esticada, e um rosto de pesadelos com presas longas e olhos leitosos, repleta de sangue do morto. A caçadora preparou a pistola, mas a criatura rosnou e arremessou um pedaço sangrento de algo no seu rosto e subitamente saltou para o outro lado do beco. Angela errou um tiro e saltou a cerca no fim do beco, mas o monstro sumiu de vista.

A garota retornou esbaforida ao cadáver e notou que havia outro mendigo encolhido ali, se perguntando porque aquele terror escolhera seu amigo dormente e não ele, que estava se mexendo. Para melhorar a situação, um policial apareceu e rendeu Angela. Ela olhava para a arma estupefata e quase desistindo, mas decidiu que não decepcionaria Olivia - bateu na perna do guarda à primeira distração com uma barra de ferro e correu o mais rápido que pôde, agradecendo pelo policial estar fora de forma.

No dia seguinte, tomou café lendo as notícias da morte do sem-teto e do surto de peste bubônica na cidade, em pleno século 21. Obviamente obra da criatura. Após comprar álcool, sal e baterias extras para o taser (seu melhor palpite era uma kiang-shi, uma monstro chinês que suga sangue), alugou uma moto e - após receber uma ligação do hospital - foi visitar Olivia, que estava doente. Já que estava lá, deu uma olhada no novo hóspede do necrotério; ao contrário do primeiro, este não levantara. Enquanto o legista divagava sobre o motivo pelo qual o cadáver perdia rapidamente a gordura do corpo, Angela notava que os outros médicos assistiam pela TV a notícia de uma advogada, Karen McQuid, que fora encontrada morta enquanto fazia cooper no Pantown Park na noite anterior. A polícia suspeitava de mais um ataque de animais, mas para a caçadora, era mais uma prova de que ela não estava dando conta.

Caleb
Finalmente admitiu isto para Olivia, que ficou de fazer algumas ligações. Angie nem ficou surpresa quando o legista ligou avisando que o sem-teto havia sumido; lhe orientou a ligar as câmeras e manter a advogada presa à gaveta. Logo encontrou o sem-teto escondido nas sombras de um beco, a roupa de hospital sob um casacão preto e uma calça jeans, ambos roubados. Ela se aproximou com o taser e o perseguiu para dentro do beco, acertando-lhe a perna com a arma e uma barra de ferro que encontrou no chão. Sua aparência já estava horripilante, com a pele esturricada e pálida. Vomitou uma gosma no chão, ergueu um olhar suplicante e tentou falar, com um bafo horrível. Torceu o rosto em dor e continuou fugindo, mas a caçadora o derrubou novamente, quebrando-lhe o joelho. Tentou mordê-la, mas como não adiantou, saltou pelas paredes do beco e fugiu pelos telhados.

De volta ao hotel, derrotada e exaurida, chorou e ligou para Olivia. A mentora a consolou e informou que Caleb, um amigo caçador (e um bom vendedor de armas e outros itens), estava a caminho. Angela queria pesquisar e descobrir o que afinal eram aquelas criaturas, mas adormeceu. De manhã, Caleb chegou - careca, branquelo, parrudo e simpático. Algumas palavras motivadoras por parte do veterano, e os dois fizeram uma boa pesquisa, repassando os fatos e finalmente chegando à conclusão de que se tratavam de vrykolakas, uma lenda grega e eslava parecida com a dos vampiros - um morto que não recebeu os ritos funerários e agora devora partes humanas, transmite doenças e transforma outros na sua espécie.

De acordo com um velho documento, o monstro costumava se esconder em cavernas próximas de cemitérios. Eles encontraram uma seção de esgoto abandonada perto de um velho leito seco de rio, entre o parque onde a advogada morrera e a usina do primeiro caso. Encontraram a forma de matar o vrykolakas (uma faca de prata abençoada no coração e um rito funerário, como cremação ou enterro consagrado). Logo estavam se arrastando pelas galerias escuras e imundas no meio do mato. À medida que se aprofundavam nos túneis, eles ficavam mais escuros, apertados e assustadores. 

Mais à frente, acharam sapatos velhos e gordura preta. Ouviram um barulho e viram um vulto agachado em uma galeria obstruída - o mendigo, quase nu e irreconhecível, esquelético, recurvado e esturricado, com olhos leitosos, garras e presas longas. No primeiro palso em falso de Angela, saltou como uma rã em Caleb, e eles começaram a lutar. Em um movimento desesperado, a caçadora acertou o coração da criatura, matando-a. Com pressa, chegaram até uma escadaria e subiram até uma ponte de metal que passava em uma galeria vazia. O vrykolaka original e o que fora Ed Kamte estavam bem acima deles, e começou mais uma luta. Um deles conseguiu morder o pescoço de Angela e sugar seu sangue, mas a ponte veio abaixo com um estrondo. Caleb aproveitou o momento e estaqueou Ed no coração, e a progenitora o agarrou com ódio. O veterano a tomou em uma chave de braço, girando-a e expondo seu tórax para Angela, que acertou-lhe o coração pulsante atrás da fina camada de pele, segurando o punhal com as duas mãos. Eles queimaram os monstros, e consideraram a missão terminada.

Mais tarde, a GMC Sierra 1998 de Caleb e o Pontiac 1969 de Olivia se flanqueavam na saída da para a estrada 10. Eles se certificaram que estava tudo bem no necrotério. Caleb foi até o carro das duas, para ouvir o agradecimento de Angela. Algumas palavras amigáveis e o veterano se foi, deixando a mentora tirando sarro da nova caçadora por Caleb ser um cara bonitão - mas Angie, embora escondesse, preferiria se ele fosse uma caçadora. Despistou a conversa, e com um sorriso Olivia deu a partida no carro.

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